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Mulheres e meninas na ciência: transformando o futuro da tecnologia e inovação

Alunas e professora compartilham histórias inspiradoras de como projetos educacionais estão incentivando mais meninas a seguirem carreiras científicas e tecnológicas.

 Por: Por Elaine Casimiro, comunicação Sesi-SP
11/02/202509:56- atualizado às 10:20 em 11/02/2025

A presença feminina na ciência e tecnologia vem crescendo, impulsionada por projetos que incentivam meninas a explorar essas áreas desde cedo. No Sesi-SP, equipes escolares de robótica e ações educacionais têm desempenhado um papel fundamental nesse movimento. Alunas e professora vêm se destacando em projetos incríveis. Conheça essas histórias inspiradoras:

Girls in Gear: ampliando o acesso de meninas à ciência e tecnologia

Criado pela equipe da FIRST Robotics Competition (FRC), a Robonáticos, da Escola Sesi do Ipiranga, o projeto Girls in Gear tem como objetivo incentivar meninas de 12 a 16 anos a explorarem o universo STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). A iniciativa busca proporcionar uma vivência prática na área, despertando o interesse por carreiras científicas e tecnológicas.

Para isso, as participantes são capacitadas a utilizar de forma autônoma o GearUp, um programa de educação e divulgação científica desenvolvido pela própria equipe. Com essa ferramenta, o Girls in Gear amplia oportunidades para que mais meninas conheçam o mundo da robótica e se envolvam em projetos ligados à inovação e tecnologia.

Equipe Robonáticos na Escola Estadual Visconde de Itaúna

A experiência já impactou diversas alunas, como Isabela Mazo Galvão, formada pelo Sesi Ipiranga em 2024. Segundo ela, o projeto foi essencial para seu crescimento pessoal e profissional.

"Meu primeiro contato com ciência e tecnologia foi por meio do Girls in Gear, e me apaixonei. Depois de algumas sessões de mentoria, apliquei os aprendizados em uma escola pública no Ipiranga, e a experiência foi incrível. A partir disso, meu interesse pela FIRST e pelo STEAM só cresceu. Sem esse programa, eu não teria participado dos torneios de robótica e nem descoberto as maravilhas desse universo", destaca Isabela.

Formanda da Escola Sesi-SP, Isabela Galvão

Com iniciativas como essa, a equipe Robonáticos reforça a importância da inclusão feminina na tecnologia, quebrando barreiras e inspirando uma nova geração de meninas a seguir carreiras científicas e inovadoras.

Inclusão e impacto social: parceria com o Lar Sírio

A equipe MecaChronos da Escola Sesi da Vila Leopoldina, participante do torneio de robótica FRC, firmou uma parceria com o Lar Sírio Pró-Infância, instituição centenária que apoia crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Em 2023, os integrantes realizaram oficinas de ciência, tecnologia e robótica utilizando kits LEGO EV3.

Estudantes do Sesi-SP no Lar Sírio Pró-Infância

Em 2024, a iniciativa ganhou um novo impulso com um grupo formado exclusivamente por garotas, que criaram a equipe LarBots para disputar o torneio regional da FIRST Lego League (FLL). Em sua estreia, elas conquistaram um resultado expressivo, ficando entre as oito melhores no desafio do robô.

Sustentabilidade e tecnologia: o projeto EcoGaia

A preocupação com o meio ambiente também é um dos pilares das iniciativas lideradas pelas meninas da MecaChronos. Duas alunas da equipe identificaram a necessidade de um descarte adequado de pilhas e baterias e desenvolveram o Projeto EcoGaia.

Projeto EcoGaia

Utilizando materiais reaproveitados, elas criaram um recipiente interativo para coleta de resíduo eletrônico, instalado em pontos estratégicos da escola. O objetivo é conscientizar a comunidade sobre a importância do descarte correto, garantindo que os resíduos sejam enviados para instituições especializadas.

Incentivo às meninas na ciência e tecnologia

A equipe também tem se dedicado a ampliar a presença feminina na área STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). Durante a Feira de Profissões, realizada no ginásio do CAT SESI Vila Leopoldina, as 10 meninas do time organizaram exposições sobre seus projetos, incentivando mais alunas a explorarem carreiras tecnológicas.

Atuação na Feira de Profissões

O evento impactou diretamente mais de 100 estudantes, quebrando estereótipos e mostrando que a ciência e a engenharia são espaços para todos.

Criatividade e inclusão: o Projeto CineQuebrada

Outro destaque foi o Projeto CineQuebrada, no qual as alunas da equipe desenvolveram óculos sustentáveis para exibição de filmes em 3D. Utilizando software CAD e corte a laser no FAB LAB Escola do Sesi-SP, elas produziram os modelos a partir de papelão e MDF.

Confecção de óculos 3D

Além de ensinar crianças da comunidade a montarem seus próprios óculos, as integrantes do MecaChronos também organizaram um torneio de robôs sumô, promovendo aprendizado prático sobre construção, programação e trabalho em equipe.

Projeto "Mulheres na Ciência" incentiva alunas a explorarem carreiras científicas

Desde 2022, a professora de biologia Mariana Leal, do SESI-SP, desenvolve o projeto "Mulheres na Ciência", iniciativa que busca despertar o interesse de alunas pelas áreas de Ciências da Natureza. A proposta surgiu como resposta à desigualdade de gênero no meio científico, onde, apesar do aumento no número de mulheres matriculadas em cursos da área, a presença feminina em cargos de liderança e pesquisa ainda é reduzida.

Alunas do Ensino Médio participam das aulas com a professora Mariana

"A desigualdade de gênero persiste em muitos setores, incluindo a ciência. Embora mais mulheres estejam ingressando em cursos científicos, sua representação em posições de destaque ainda é desproporcional", afirma a professora.

O projeto, implementado na Escola Sesi de Taubaté, envolve alunas do Ensino Médio, que assumem o papel de facilitadoras durante as aulas e realizar experimentos para estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II e também para as turmas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I.

Professora Mariana da Escola Sesi de Taubaté 

Além de incentivar o aprendizado de ciências entre os alunos mais jovens, a experiência também fortalece o protagonismo feminino na educação e na pesquisa. "O objetivo é proporcionar uma vivência enriquecedora para os alunos do Ensino Fundamental e, ao mesmo tempo, empoderar as alunas do Ensino Médio, incentivando seu interesse por carreiras científicas", explica Mariana.

A análise dos resultados do projeto aponta um impacto significativo na trajetória acadêmica das estudantes, influenciando suas escolhas profissionais e ampliando as perspectivas para seu futuro na ciência. "Essa abordagem se apresenta como um modelo inspirador para outras iniciativas que buscam promover a igualdade de oportunidades e o reconhecimento das mulheres na comunidade científica", conclui a professora.

Vamos incentivar mais meninas a fazerem ciência e tecnologia. Projetos como esses mostram que, quando meninas têm acesso à ciência e tecnologia, elas não apenas conquistam espaço, mas também transformam suas comunidades. Com iniciativas que unem inclusão, sustentabilidade e inovação, essas jovens estão construindo um futuro mais diverso e acessível para as próximas gerações.

 

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