Jaú

A atividade foi realizada durante a Discussão Pedagógica Coletiva, dia 22 de novembro, e as professoras do ensino fundamental I com a Coordenação Pedagógica e a Mediadora Cultural da escola SESI-SP Sueli Algueiro, em Jaú, aprenderam a confeccionar as Bonecas “Abayomi”.

A oficina foi ministrada pela ex-aluna do SESI-SP de Jaú, Lilian Raquel Pires, que é pedagoga, membro do Conselho Municipal de Cultura de Jaú, Idealizadora e realizadora do Projeto “Plenária Jauense Mulheres Negras e sua Identidade”, também fundadora do Coletivo Negras e Negros Raízes do Baobá de Jaú e Promotora Legal Popular.

Boneca Abayomi

Segundo Lilian, o objetivo da oficina é causar um momento de reflexão sobre a “Consciência Negra”. “Essa boneca traz em seu bojo uma história de luta, resistência, memória e identidade do povo negro, que tanto contribuiu para a formação do nosso país”.

Antes das instruções, as participantes foram convidadas a uma reflexão, ao som do mar, chibatadas e correntes. Enquanto todas fechavam os olhos, Lilian fez alguns questionamentos e contou a história da Boneca:

“Quando os negros vieram da África para o Brasil como escravos, atravessaram o Oceano Atlântico numa viagem muito difícil. As crianças choravam assustadas por verem o desespero e o sofrimento dos adultos. Então as mulheres, para acalentar as crianças, rasgavam tiras de pano de suas roupas e faziam bonecas com elas para as crianças brincarem. Essas bonecas foram chamadas de Abayomi, são bonecas pretas, feitas de pano, apenas com nós ou tranças. A boneca faz parte da herança cultural afro-brasileira e a palavra Abayomi significa Encontro Precioso”.

Lilian pediu para que as professoras realizassem, posteriormente, a atividade com as crianças e que lhes recontassem a história. “Não podemos deixar de considerar que a construção da identidade de uma criança é fundamental para seu desenvolvimento.”

Os materiais utilizados foram retalhos de tecido e tesoura.